Brasil teve GGR de R$ 17,4 bilhões e 17,7 milhões de apostadores no primeiro semestre

Após mais de um semestre de funcionamento do mercado regulado de apostas de quota fixa no Brasil, com 78 empresas autorizadas e monitoradas, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF) divulgou, nesta terça-feira (26/8), um quadro preciso do segmento e registrou avanços na proteção de apostadores e da economia. Neste ano, os dois principais objetivos da SPA têm sido fazer as empresas autorizadas cumprirem a regulamentação e combater o mercado ilegal. A SPA chegou ao fim do primeiro semestre contabilizando 15.463 páginas retiradas do ar pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), desde outubro de 2024. Além disso, a SPA registrou que 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas nos sites e aplicativos das 182 bets autorizadas pela Secretaria.

“Este balanço tem uma importância fundamental para a regulação. São dados concretos relativos à atuação regulatória, tratando temas como fiscalização, controle, além dos primeiros números, que refletem a realidade, e não apenas estimativas. A partir daqui, o debate sobre o mercado de apostas de quota fixa no Brasil poderá se dar com elementos ainda mais sólidos, propiciando avançarmos com a regulação com base em evidências”, avalia Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do MF.

Confira a apresentação da SPA-MF com os principais dados dos primeiros seis meses de operação

Legalizada desde 2018, mas sem a devida regulamentação até 2022, o mercado de apostas no Brasil cresceu sem controle. A partir de 2023, começaram a ser implementadas novas regras, que foram publicadas em larga medida em 2024 e, desde o início de 2025, estão todas em vigor e com o cumprimento sendo monitorado. Dos 66 processos de fiscalização envolvendo 93 bets, em 35 se decidiu pela aplicação de sanções, ao longo do semestre.

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Além do bloqueio de sites ilegais, outras duas frentes de enfrentamento ao mercado ilegal são o monitoramento e fiscalização das instituições do sistema financeiro, que não podem efetuar transações para empresas de apostas não autorizadas, e o combate à publicidade realizada por agentes operadores de apostas ilegais, contando inclusive com cooperação das principais plataformas de busca e redes sociais.

No sistema financeiro, um alinhamento com o Banco Central definiu que a tarefa de monitorar, fiscalizar e, eventualmente, sancionar as instituições financeiras (IFs) e de pagamentos (IPs) é da SPA-MF. A Secretaria determinou que instituições que estavam operando com o mercado ilegal encerrassem as contas desses clientes e que notificassem a SPA sempre que descobrirem contas suspeitas de praticar essa atividade.

No primeiro semestre, 24 IFs e IPs realizaram 277 comunicações à SPA e encerraram as contas de 255 pessoas, físicas e jurídicas, em razão do envolvimento com a atividade irregular de apostas de quota fixa. Nesse período, a SPA oficiou 13 instituições de pagamento, requisitando informações e notificando para o encerramento de contas. Como resultado, foi informado o encerramento de contas de 45 empresas que operavam no mercado irregular de apostas de quota fixa.

Na área da publicidade, o avanço foi o acordo com o Conselho Digital do Brasil – associação brasileira fundada que congrega oito das principais empresas de tecnologia no país, como Google, Meta, TikTok, Kwai e Amazon. Com essa parceria, busca-se maior eficiência na derrubada da publicidade das empresas ilegais, assim como a detecção e derrubada de perfis e propagandas divulgados como se fossem conteúdos orgânicos, desrespeitando as normas. No combate à publicidade ilegal nas redes sociais, foram concluídos 120 processos, tendo como resultado a remoção de 112 páginas de influenciadores e mais 146 publicações.

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Perfil dos apostadores

Dos 17,7 milhões de brasileiros que realizaram apostas no primeiro semestre, 71%  são homens e 28,9% são mulheres, segundo o primeiro relatório semestral do Sistema Geral de Gestão de Apostas (Sigap) do Ministério da Fazenda, que recebe, diariamente, informações de todas as apostas realizadas pelas 76 empresas autorizadas a explorar apostas de quota fixa.

Em relação às faixas etárias, a com mais apostadores é a de 31 a 40 anos: 27,8%. Os que têm de 18 a 25 anos são 22,4%; 22,2% têm de 25 a 30 anos; 16,9% têm entre 41 e 50 anos; 7,8% têm de 51 a 60 anos e 2,1% têm de 61 a 70 anos.

“O nosso objetivo é, a partir de agora, fazer divulgações periódicas da atuação da SPA e da evolução do mercado de apostas de quota fixa no Brasil, cumprindo o compromisso deste governo com a transparência e, sobretudo, prestando contas à sociedade acerca das responsabilidades do Estado e dos atores privados”, afirmou o secretário Regis Dudena.

Receita bruta das empresas de apostas

A receita bruta total das empresas autorizadas, o Gross Gaming Revenue (GGR), foi de R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre. Esse valor representa o total de apostas, menos os prêmios pagos, o que pode ser indicado como o gasto efetivo dos apostadores no período. A média de gasto por apostador ativo é de cerca de R$ 983 por semestre ou R$ 164 por mês.

Conforme a coletiva de imprensa de arrecadação da Receita Federal referente ao mês de junho, a arrecadação das empresas de apostas foi de aproximadamente R$ 3,8 bilhões no primeiro semestre de 2025. Esse dado se refere aos valores arrecadados pela Receita, incluindo tributos federais como o IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e Contribuição Previdenciária, além das dos 12% das destinações sociais previstas na Lei 14.790/23, que totalizaram R$ 2,14 bilhões.

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Além disso, a SPA arrecadou aproximadamente R$ 2,2 bilhões referentes às outorgas de autorização pagas pelos agentes operadores autorizados e cerca de R$ 50 milhões em taxas de fiscalização também pagas pelas empresas do setor, no primeiro semestre. (SPA-MF)

Fonte: BNL

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